As trincas e fissuras oriundas do processo de corrosão de armaduras em peças de concreto armado são altamente prejudiciais à estrutura.

De forma deliberada, essas armaduras são quase que invariavelmente colocadas nas proximidades de suas superfícies; no caso de cobrimentos insuficientes ou de concretos mal adensados, ficando as armaduras sujeitas à presença de água e de agentes deletérios, podendo-se desencadear então o processo de corrosão de armaduras, que tende a abranger toda a sua extensão.

O processo de corrosão de armaduras nas estruturas de concreto são decorrentes, preponderantemente, de processos eletroquímicos, característicos de corrosão em meio úmido, chamados de pilhas de corrosão.

Os fatores que influenciam na formação dessas pilhas são: umidade relativa do ar, oxigênio e a presença de agentes agressivos, tais como baixo pH, a presença de cloretos e/ou sulfatos.

Para a sua prevenção, a NBR 6118 estabelece parâmetros para aumentar a durabilidade do concreto armado, tais como a diminuição da permeabilidade do concreto (especificação do fator Água/Cimento) e na correta especificação do cobrimento de concreto.

A corrosão pode ser classificada em generalizada e localizada. Na corrosão generalizada, o desgaste do material pode ocorrer de forma mais ou menos uniforme, contudo se processa em extensas áreas do metal. Na corrosão localizada, o desgaste se processa em uma superfície limitada e, usualmente, tende a se aprofundar de modo mais rápido do que em um processo de corrosão generalizada. Essas expressões da corrosão podem sofrer algumas variações morfológicas quando analisadas em maior profundidade, podendo assumir, dentre outras formas, aparência superficial uniforme ou irregular, com a formação de pites ou com a formação de fissuras.

Em termos de meios agressivos, destaca-se o ambiente marinho, o qual é rico em íons de cloro. A ação de íons cloretos nas estruturas de concreto além de severo provoca a despassivação do aço muito mais rápida, bem como a corrosão localizada, com surgimento de trincas e desplacamento do concreto. Nas estruturas próximas às áreas litorâneas a ação dos íons cloretos é mais efetiva e muito mais severa que o ataque por íons sulfato, nas áreas de regiões próximas do mar. Estudos técnicos confirmam que a velocidade da corrosão em regiões marítimas tende a ser até 40 vezes maior do que em ambientes rurais.

As trincas de corrosão são bem características e são denominadas de lascamento, ou spalling. As reações de corrosão, independentemente de sua natureza, produzem óxido de ferro, cujo volume é muitas vezes maior do que o original do metal são. Essa expansão provoca o fissuramento e o lascamento do concreto nas regiões próximas às armaduras.

Tendo o conhecimento dos malefícios que a corrosão pode causar em sua estrutura, deve-se sempre realizar a proteção contra esse desgaste, tomando os seguintes procedimentos:  Mecanismos de proteção por barreira, repassivação, proteção catódica ou por inibição. O mecanismo de proteção por barreira visa controlar o acesso de umidade e oxigênio até a armadura, que é o caso típico de aplicação de uma pintura de base epóxi. O mecanismo de repassivação deve realizar o restabelecimento do pH ao redor da armadura. A proteção catódica está associada a polarização da armadura pelo uso de metal mais eletronegativo do que o aço. Já a proteção por inibição é conseguida pelo uso de inibidores de corrosão anódicos, catódicos ou mistos Outras medidas preventivas como a redução da permeabilidade do concreto, o aumento da profundidade de cobertura de concreto ou a eliminação dos íons de cloro pelo uso de seladores são aplicáveis.

Reconhece alguma dessas fissuras em sua edificação? Chame já o Engenheiro Civil Patologista para avaliar sua estrutura e minimizar os danos causados pela corrosão, proporcionando uma maior segurança ao seu imóvel.

Fonte: THOMAZ, E. Trincas em Edifícios – Causas, prevenção e recuperação.

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