Frequentemente nos deparamos com fissuras, trincas ou rachaduras em nossas edificações. Mas o que devo fazer nesta situação?

Para exemplificar de maneira clara sobre o procedimento a ser adotado, vamos comparar com o nosso corpo. Logo quando observamos manchas ou sentimos qualquer incomodo, devemos procurar um médico especialista para um diagnóstico. Na consulta conversamos sobre sintomas, casos de ocorrências anteriores, entre outros. A partir daí, para identificar os motivos dessas manifestações fazemos exames para no fim o médico ter um diagnóstico completo e proceder com a medicação e cura da anomalia, prescrevendo um acompanhamento correto da medicação. Pois bem, para as manifestações patológicas nas nossas edificações não deve ser diferente. A primeira coisa a ser feita é chamar um engenheiro civil para avaliar o risco da trinca, identificar as causas, bem como os procedimentos a serem executados para a recuperação. Caso se observe trincas de grande espessura em elementos estruturais como vigas, lajes e pilares, deve-se chamar a defesa civil imediatamente para uma análise emergencial.

Suas principais causas são: variação de temperatura, variações de umidade, sobrecarga na estrutura, recalques nas fundações e alteração da química dos materiais. Mas para sua identificação e ideal tratamento, um engenheiro civil deve ser consultado.

É comum encontramos manchas ou microfissuras na edificação, mas por achar uma coisa normal, não damos real importância para essas manifestações. Mas assim como no nosso corpo, a falta de tratamento pode acelerar o processo de degradação, levando até a seu colapso.

Além da função de resistência mecânica, o concreto também tem a função de proteção do aço. Essa proteção se dá através de uma camada protetora denominada “cobrimento”. Caso contenha fissuras nesta camada protetora, agentes agressivos aliados a umidade podem infiltrar no interior da seção de concreto e chegar até o aço, provocando sua oxidação e consequente corrosão. Neste momento, toda a integridade do concreto armado (aço + concreto) estará comprometida. Logo essas fissuras aumentarão e a camada protetora do aço, eventualmente pode “desplacar”, deixando o aço da estrutura à amostra e comprometer sua estabilidade. Assim, qualquer tipo de fissura deve ser tratado, pois pode apresentar futuro risco a estrutura.

 

Desplacamento por corrosão

Desplacamento por corrosão decorrente de infiltração

Muitas vezes cometemos o erro de pensar que uma vez recebido nosso imóvel da construtora, não é necessário realizar manutenções em nossos elementos estruturais. De certa forma isso é verdade, não devemos interferir diretamente nos elementos estruturais, porém algumas ações preventivas devem ser adotadas para preservar a vida útil da sua estrutura, uma delas é manter o sistema de impermeabilização ativo. As impermeabilizações que recebemos em nossas edificações tem prazo de validade e algumas não passam de 5 anos, como é alguns casos de impermeabilizações externas. Dentre todos os fatores responsáveis pela degradação da estrutura, o principal é a água. Assim, se torna essencial manter impermeabilizado as regiões em contato com o ambiente externo e áreas úmidas. Logo quando observarmos a ocorrência de manchas ou infiltrações, devemos procurar um engenheiro civil para tratamento da ocorrência e proceder com um plano de manutenção periódica para essas áreas.

Antecipar esses problemas requer atenção. As normas vigentes recomendam que pelo menos a cada cinco anos seja feita uma vistoria, para identificar qualquer tipo de anomalia e resolvê-la o quanto antes.

A identificação das causas de fissuras ou trincas não é um processo de fácil identificação, tendo que passar as vezes até por testes laboratoriais ou revisões de projetos. Portando evite soluções caseiras ou soluções passadas por quem não é especialista técnico na área, como aquela “massa forte”, “enchimentos”, entre outros métodos frequentemente usados para “tapar” o problema, mas não solucionar.

GUIDE ENGENHARIA.

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