O aparecimento de patologias na estrutura é perfeitamente comum e natural, e assim como o corpo humano, quando se está doente, o tratamento deve ser feito de forma imediata. Mas antes de tratarmos uma doença devemos diagnosticá-la corretamente, pois assim como na medicina, as consequências de um diagnóstico incorreto são graves.

Paralelos com o nosso corpo ajudam a entender o quão importante é realizar de forma correta o diagnóstico/prognóstico. Da mesma forma que o diagnóstico errado de um paciente pode piorar o caso do mesmo, um diagnóstico errado de uma estrutura pode agravar suas manifestações patológicas, comprometendo ainda mais a edificação. Logo, a vistoria deve ser feita de forma cuidadosa e detalhada, de maneira que através da avaliação das manifestações (trincas, fissuras, rachaduras, etc.) seja possível determinar qual a condição de uso do imóvel.

Diagnósticos mal feitos originam-se da falta de conhecimento do responsável pela avaliação da anomalia que reside na estrutura, enquanto que prognósticos incorretos são oriundos da falta de conhecimento do profissional em respeito aos materiais que serão utilizados na recuperação/restauração do imóvel.

Um erro muito comum no ramo da patologia é no diagnóstico e prognóstico de trincas. Realizar o diagnóstico de trincas não é uma tarefa fácil, pois segundo Chand, citado por Ercio Thomaz (1989, p.151), uma causa pode provocar diversas configurações de trincas e uma configuração pode ser representativa de diversas causas. Tomemos como exemplo essa fissura:

Essa trinca pode ser causada por falhas na amarração ou pela própria expansão dos tijolos por absorção de umidade, causando o fissuramento vertical da alvenaria. Tal diagnóstico só pode ser definido caso seja feita uma avaliação detalhada por um inspetor conceituado e experiente, determinando finalmente qual a “doença” da edificação.

E qual o problema em confundir a causa dessa trinca? Simples, como dito anteriormente, assim como nosso corpo cada doença tem um tratamento e caso essa doença seja tratada de forma errônea, além de não acabar com o problema, pode piorá-lo!

Além dos prejuízos de um diagnóstico incorreto, um prognóstico ineficaz pode ser altamente prejudicial à sua estrutura. Um erro bastante recorrente no mercado de recuperação estrutural é no uso de tinta zarcão e P.C.F na restauração de estruturas de concreto armado que possuem trincas de corrosão.

A utilização desses materiais reduz a aderência entre o aço e o concreto, e ainda modifica o pH do mesmo, aumentando o processo de corrosão das armaduras. Apesar de serem ótimos agentes contra a corrosão do aço, quando utilizados em estruturas de concreto armado podem piorar o quadro do imóvel.

Segundo Gomide (2015), um bom diagnóstico consiste de quatro habilidades do Engenheiro que irá realizar a avaliação: Percepção, intuição, comparação e dedução.

Logo, como é visto no esquema, a boa aplicação dessas quatro habilidades resultará em um diagnóstico eficaz, consequentemente em um bom prognóstico e finalmente, em uma ótima consultoria (que nada mais é do que a prescrição do tratamento necessário).

Sabendo da importância do diagnóstico e prognóstico em seu imóvel, contrate somentes Engenheiros Civis Patologistas responsáveis e conceituados para realizar esse tipo serviço.

 

Fontes:

THOMAZ, Ercio. Trincas em Edifícios – Causas, prevenção e recuperação. 1ª Edição. São Paulo: PINI ,1989. 194 p.

GOMIDE, Tito. Investigações técnicas na engenharia diagnóstica em edificações. 2015. Disponível em: <https://institutodeengenharia.org.br/site/noticias/exibe/id_sessao/70/id_colunista/22/id_noticia/9536/Investiga%C3%A7%C3%B5es-t%C3%A9cnicas-na-engenharia-diagn%C3%B3stica-em-edifica%C3%A7%C3%B5es>. Acesso em: 01 de Agosto de 2017.

Autor: Matheus Abreu Kerkoff

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