O sistema hidrossanitário
O sistema hidrossanitário predial está associado não só ao conforto e bem estar dos usuários de uma edificação, mas à sua higiene e saúde. Isso porque o armazenamento e a distribuição da água no prédio é uma das partes que constituem esse sistema. E qualquer negligência em relação a sua manutenção pode tornar essa água imprópria para consumo.
Barrilete de água fria
Os sistemas hidrossanitários são uma reunião de subsistemas, sendo eles:
- Sistema de água fria: responsável por armazenar e distribuir a água fria na edificação mantendo o padrão de potabilidade da água. Ou seja, é função desse sistema garantir que a água recebida da concessionária mantenha a qualidade. Garantindo que o seu consumo e ingestão sejam seguros à saúde humana.
- Sistema de água quente: responsável por gerar, armazenar e distribuir água quente.
- Sistema de esgoto sanitário: é função do sistema coletar e conduzir o esgoto até um destino adequado. Além disso, deve ser projetado de forma a evitar a contaminação da água potável.
- Sistema de águas pluviais: coleta e transporta a água da chuva até a rede pública de drenagem. Esse sistema deve ser totalmente separado do sistema de esgoto sanitário.
Cada um desses sistemas é projetado segundo normas específicas. A norma de desempenho – NBR 15575:2013 – trata dos requisitos mínimos para a elaboração de um projeto hidrossanitário como um todo. Os requisitos de desempenho devem ser atendidos para suprir as necessidades dos usuários, sendo entre outras, quanto a estabilidade, estanqueidade, higiene e durabilidade do sistema.
No caso de sistemas já existentes, esses devem passar por inspeções, além das manutenções periódicas. Esse procedimento é necessário para identificar possíveis irregularidades e manifestações patológicas, deve ser feito por profissional qualificado.
Inspeção do sistema
O sistema hidrossanitário predial é um sistema complexo, composto por vários subsistemas e com uma enorme variedade de componentes (tubos, válvulas, conexões, reservatórios, bombas e etc). Está exposto ao desgaste natural ao longo de sua vida útil, que pode ser agravado por manutenções ineficientes ou inexistentes. Investigar o sistema, portanto, é uma tarefa que exige conhecimento e competência.
Os trabalhos de inspeção começam com uma análise de campo visual e com registro fotográfico. Nessa etapa o profissional irá investigar a existência de sintomas atribuídos a patologias no sistema. Podem ser ruídos, vibrações, vazamentos, entupimentos, maus cheiros e oscilações de vazão durante o uso de determinados aparelhos. Esses são alguns dos possíveis indícios de irregularidades e manifestações patológicas que podem comprometer a saúde do sistema hidrossanitário.
Obstrução do espaço reservado ao barrilete
São investigados por exemplo os reservatórios de água, a abertura e vedação da tampa do reservatório para verificar possíveis entradas de água contaminada em seu interior. Bombas e sistemas de recalque, tubulações expostas a ação do sol e sem proteção levando a diminuição de sua vida útil.
Tampa com corrosão e vedação inexistente no reservatório
É feito um levantamento de dados e documentos sobre a manutenção e o uso. E são analisados os projetos existentes e a conformidade do que foi executado com o que foi projetado.
Após coleta de todos os dados o engenheiro ou arquiteto responsável pela inspeção irá com base em sua experiência analisar e apresentar um panorama geral da saúde do sistema inspecionado. O resultado final dessa avaliação é apresentado na forma de uma laudo. O laudo classifica as deficiências encontradas na edificação e aponta o grau de risco observado para cada uma delas. Uma lista de prioridades técnicas é proposta com orientações e recomendações para a correção das anomalias encontradas.
A inspeção, portanto, se mostra altamente recomendável por seu caráter preventivo. Ela ajuda o síndico a direcionar corretamente os investimentos na edificação e na adequação do plano de manutenção, priorizando as partes do sistema que mais precisam de cuidados. Nos sistemas hidrossanitários reduz os riscos à saúde dos moradores. Aumenta a vida útil de componentes, por sua correta utilização, evitando assim transtornos por causa de constantes interrupções no sistema para reposição de componentes.
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Autora: Sayonara de Lima Augusto
